FUNAAD - Manaíra - PB

Fundação Antônio Antas Diniz

Cultura, Educação, Ética, Fraternidade, História, Ação Social

 
   HISTÓRIA: Sesmarias, Fazenda Alagoa Nova, Povoado Alagoa Nova, Vila de Manaíra, MANAÍRA - PB
INÍCIO
Primeiros

   Habitantes

As Terras
Raízes Indígenas

Raízes Africanas

Raízes Européias

Revolução 1930

Cangaceirismo
 

 

A Colonização da região de Alagoa Nova, atual Manaíra.


Como a maioria das cidades nordestinas, Manaíra nasceu nas proximidades de um pequeno rio, em torno de uma capela e de uma lagoa.

De suas origens, contadas como documentos referentes à Fazenda Alagoa Nova, datam de 1770. Quanto à povoação, registra-se o ano de 1840, quando chegou à localidade o Sr. Manoel Pereira da Silva, que trouxe consigo nove animais e um escravo, morando, inicialmente, em uma cabana improvisada.

Cultivavam, além de cereais de subsistência como milho e feijão, a cana-de-açúcar para produção de rapadura e algodão para a produção de pluma, esta utilizada na confecção de fios e de tecidos rústicos.

Outros, como os senhores Manoel Pequeno, que instalou-se no Sítio Tapuia, marginado pelo Riacho do Tapuia, Severino Benedito e Belarmino Nogueira, adquiriram pequenos pedaços de terras e ali construíram suas casas.

Com o aumento da produção e a chegada de novos moradores, foi instalada uma “bolandeira”, usina rústica que servia para separar a semente da pluma do algodão e assim facilitar o uso e a comercialização do produto.

As bolandeiras ou “bulandeiras”, são engenhos primitivos que eram utilizados para vários fins, inclusive para moer a cana-de-açúcar, cujo caldo, após desidratação por cozimento, era utilizado para fabricação de rapadura. Outro uso que se dava ao caldo da cana era fermentá-lo para a produção de aguardente.

Paralelamente à atividade do algodão, construiu-se um engenho de moagem de cana-de-açúcar destinada à fabricação de rapadura, produto largamente utilizado como alimento in natura ou como substituto do açúcar.

Em 1870, mantendo a tradição religiosa da época, Manoel Pereira mandou construir uma capela, cujo altar era feito com pedras. Ela tinha um compartimento lateral que servia como cadeia pública e que, por ter tão pouco uso, era conhecido como quarto dos morcegos. A construção foi feita no terreno do Patrimônio, oferecido por duas cunhadas de Manoel Pereira - irmãs de sua esposa, Dona Antônia -, conhecidas por Catarina e Balbina, que residiam no sítio Algodões. A capela foi oferecida ao Divino Espírito Santo, escolhido como Padroeiro do lugar.

A pequena imagem do Divino Espírito Santo veio de Portugal, junto com a campa, e Dona Maria Lopes doou a réplica da imagem de Nossa Senhora das Dores, atualmente referenciados como os dois padroeiros locais.

Em 1877, o comércio já apresentava um bom desenvolvimento e Manoel Pereira, além de proprietário da Fazenda Alagoa Nova, também era o seu primeiro comerciante. Tinha um mercado onde negociava com cereais, algodão, vários produtos essenciais aos habitantes locais e tinha um desenvolvido comércio de madeira. O nome da Fazenda serviu de topônimo para a povoação que foi se formando ao redor.

Em 1889, no encerramento do período do Brasil Império, o povoado já apresentava considerável prosperidade. O nome da sesmaria ”Alagoa Nova” foi atribuída à Fazenda e serviu de topônimo para a povoação que foi se formando ao redor das duas lagoas.

As primeiras feiras, que aconteciam aos domingos, tinham em sua maioria comerciantes procedentes de Patos Irerê, São José e de Princesa Isabel, com destaque para o espaço destinado a venda de gado. Nesse dia a população contava com opções de lazer, principalmente as crianças onde eram montados os tradicionais carrosséis, canoas, barquinhos, tudo muito artesanal.

No recenseamento geral de 1º de setembro de 1920, Alagoa Nova já figurava nos quadros de apuração como distrito de Princesa.

Em 15 de novembro de 1938 mudou sua denominação para Manaíra, através da lei 1.164 e, na divisão administrativa do qüinqüênio 1939/43, aparece pela primeira vez, com essa denominação.

A condição de município foi conquistada através da Lei 2.657, de 21 de dezembro de 1961, instalado no dia 31 do mesmo mês e ano.

Revolução de 1930 não poupa Alagoa Nova (MANAÍRA)

Em 22 de março de 1930, dia do ataque ao "Casarão dos Patos", seguindo ordem do comando militar paraibano, o Sargento Clementino Quelé e seus policiais, em número estimado entre sessenta para alguns, e entre setenta a cem homens para outros, seguiram atravessando a zona urbana da pequena vila de Alagoa Nova (atual Manaíra-PB) e daí subiram a grande Serra do Pau Ferrado. Ao passarem pela propriedade de Antonio Né, pessoa ligada à família Diniz, no Sítio Pau Ferro, travaram um combate do qual saiu baleado Silvino Cosme, que faleceu dias depois. Esse foi o primeiro manairense a tombar na guerrilha que tomava conta do sertão paraibano.

Em Patos não havia muitos defensores e a força policial de Quelé ocupa o Casarão pertencente ao Coronel Marçal Florentino Diniz, sem maior oposição. Esse Coronel  era um poderoso e influente agro-pecuarista da região, que juntamente com seu filho, Marcolino Pereira Diniz, eram parentes e pessoas da inteira confiança do coronel José Pereira, líder da Revolta de Princesa.

No Casarão estavam entre outras pessoas, as mulheres de Marcolino Diniz, Alexandrina Diniz (também conhecida como Dona Xandu, ou Xanduzinha) e a de Luís do Triângulo, Dona Mitonha. Luís do Triângulo era um dos mais valentes e destacados chefes dos combatentes de José Pereira. Os homens se encontravam em uma frente de batalha na região de Tavares.

Outros combatentes e líderes de Princesa conclamam moradores da região para ajudar a retomar o Casarão, enaltecendo a covardia de Quelé, que usava mulheres como escudos. Este chamamento encontra eco entre membros das comunidades de Princesa e Alagoa Nova e estes decidem seguir com o grupo que vai retomar o “Casarão dos Patos”.

Em defesa da família do Coronel Florentino, entre outros, partiu de Alagoa Nova um grupo de combatentes civis, dentre os quais estavam Marçal Cosme, Joaquim Rodrigues e outros.

- Mais abaixo há uma descrição detalhada sobre a luta da retomada do Casarão -


Construções em ruínas demonstram as consequências da luta armada. A coluna policial comandada pelo

Tenente José Maurício da Costa transforma Alagoa Nova (Manaíra) em um posto avançado da guerrilha.


Local onde era instalado o descaroçador de algodão pertencente a José Rosas. Destruído pelos combates

ali ocorridos entre libertadores e as forças policiais comandadas pelo Capitão Irineu Rangel. Identifica-se,

pelo seu quepe, um policial à esquerda. Ao centro, alguns destroços do "Vapor Velho".


Outro posto avançado da polícia ficava nessa casa no Cajueiro, há 2 kilômetros de Manaíra

(Alagoa Nova). Era ponto de apoio da coluna do Tenente José Maurício da Costa.

 

Raízes Indígenas

 

CORONELISMO

CANGACEIRISMO

CANGACEIROS DE MANAÍRA

Lampião, o Rei do Cangaço


Como pontos curiosos da história, registra-se a passagem por Alagoa Nova, do Cangaceiro Lampião e seu bando, fato narrado por Maria Aparecida Rabelo.

Em uma noite de 1926, a tropa de Virgulino Ferreira fez parada nessa terra. Foi acolhida na residência de Agda Vicente de Arruda, onde lhe foi servida água, rapadura e cuscuz, iguarias disponíveis da culinária da época.

O Sr. Manoel Ferreira Rabelo, por medo de ser morto, chegou a acompanhar os cangaceiros pelo período de 12 meses.

Outro fato ocorreu na vizinhança, no casamento de Doca (pai de Zé de Doca) - Manoel Bezerra de Macena - com a manairense Isabel Ferreira da Luz (tia de Didi Silva). Doca queria casar-se no São José, onde morava. O chefe da localidade mandou um recado a Doca informando que não permitiria que houvesse festa no casamento. Naquela época, casamento tinha que ter sua festa, mas ninguém podia ir contra uma ordem de um chefe local.

Lampião soube dessa notícia e mandou um recado para Doca: “Amigo, contrate o sanfoneiro e organize o baile, eu também vou”.

No dia 23 de novembro de 1923, depois do casamento, a música rolou, o sanfoneiro tocou e nada interrompeu a alegria. Atrás da casa tinham várias árvores e, à suas sombras, 40 cabras de Lampião estavam assentados, garantindo a tranqüilidade.

Lampião levou como presente de casamento uma garrafa de vinho fino, feita em cristal decorado (foto 1).

Na casa de Doca sua comida era servida em uma bandeja de alumínio grosso (foto 2) e ainda jogava baralho com a família em uma grande mesa de cedro, localizada na sala em frente à cozinha (foto 3).
 

História para publicação em redes sociais e em outras instituições

Existem documentos datados de 1787 e 1818, no Museu de Manaíra, que dão conta da existência de uma sesmaria com o nome Alagoa Nova, vários anos antes dessas datas. As primeiras habitações dessa região foram construídas nos sítios Belém, Algodões, Quixaba, Poço do Cachorro e Olho d´Água. A povoação, ao lado da lagoa ali existente, é citada como tendo início em 1840, como desenvolvimento da fazenda Alagoa Nova (primeiro topônimo que recebeu a povoado) pertencente aos descendentes de Joaquim Ferreira: Antônia (que se casou com Manoel Pereira da SilvaBalbina e Catarina (que doaram a parte das terras para constituir o Patrimônio da Capela. Também tinham mais dois irmãos: Severina e João Ferreira, que já eram falecidos nessa data citada.

O Sr. Manoel Pereira da Silva, após o casamento com Dª Antônia, assumiu o controle da fazenda e iniciou as primeiras construções do povoado. Na época, adquiriram pequenas faixas de terra e construíram suas casas, os senhores Manoel Pequeno, Severino Benedito e Belarmino Nogueira. Há informações de que o senhor Cândido Soares já residia, à margem da Lagoa, antes de 1840.

Em 1870, foi construída a primeira capela do local, oferecida a São Sebastião, em terreno doado pelas irmãs Catarina e Balbina, da família Ferreira Rabelo Aranha. Posteriormente, no século seguinte, foi construída a igreja atual que hoje serve como Matriz, tendo por padroeiro, inicialmente, o Divino Espírito Santo e, atualmente, a padroeira é Nossa Senhora das Dores.

Em 1877, o comércio já apresentava bom desenvolvimento e o proprietário da fazenda Alago Nova, Manoel Pereira da Silva, foi seu primeiro comerciante. Ele instalou uma “bulandeira”, engenho primitivo para descaroçar algodão, também utilizado na moagem de cana-de-açúcar para a fabricação de rapadura e aguardente.

Na divisão administrativa do quinquênio 1939/43, aparece pela primeira vez, com a denominação de Vila de Manaíra.

O topônimo foi escolhido em homenagem a uma índia de nome Manaíra, vocábulo indígena que significa Mel Cheiroso, segundo o historiador Coriolano de Medeiros, ou, Abelha Cheirosa, variação da toponímia Tupi. Conta a história que ela havia sido prometida em casamento, por seu pai, ao cacique Piancó (nome de outro município paraibano, região que habitava), chefe da grande tribo dos Corema, mas que fugira com um índio da tribo dos Oitis (de Manaíra), a quem amava. Por conta disso foi perseguida e assassinada por seu pai e índios de sua própria nação indígena, juntamente com o companheiro, no sítio “Salgada”, vizinho ao sítio "Oiti", ambos situados em terras do atual Município de Manaíra. Dessa tragédia romântica, narrada por Coriolano de Medeiros, originou-se o nome da cidade.

A emancipação política foi conseguida através da Lei Estadual nº 2.659, de 21 de dezembro de 1961, pela iniciativa do manairense Antônio Antas Diniz, enquanto Presidente da Câmara de Vereadores de Princesa Isabel (PB) e defendida na Assembleia Legislativa pelo Deputado Antônio Nominando Diniz. A instalação oficial do município ocorreu a 31 do mesmo mês e ano, desmembrado de Princesa Isabel e formado por dois distritos: o da Sede e o de Pelo Sinal.

 

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Cronologia e Sesmarias

· 1770 - 1780 ? - Sesmaria de Alagoa Nova (pertencente a José das Neves e Joaquim Ferreira)

· 1787 - Belém (pertencente a Manoel de Souza Barbosa)
· 1792 - Riacho da Onça/Laje da Onça (pertencente a Sebastião Araújo e Silva)
· 1815 - Serrinha/Oiti/Balança (pertencente a José dos Santos Silva)
· 1818 - Riacho do Meio/Oiti (pertencente a José Bizerra Leite)
· 1840 - Alagoa Nova (pertencente aos filhos de Joaquim Ferreira. Eram 5 irmãos: Antônia (que se casou com Manoel Pereira da Silva), Balbina e Catarina (que doaram a parte das terras para constituir o Patrimônio da Capela. João e Severina Ferreira já eram falecidos nessa época. No terreno doado, foram construídas as primeiras casas da povoação.
· 1870 – Estruturação do Povoado de Alagoa Nova.
· 1910 - Alagoa Nova - Povoado do município de Princeza (Princesa Isabel).
· 1920 - Alagoa Nova - Distrito de Princeza.
· 1930 - Inserção na Revolução - A Guerra de Princeza.
· 1938 - Adotada a denominação de Vila de Manaíra.
· 1961 – Manaíra desmembrada do município de Princesa Isabel.


Projeto de Emancipação Política de Manaíra


Iniciativa e conquista: Antônio Antas Diniz (de Manaíra).
Parlamentar: Antônio Nominando Diniz (de Princesa Isabel).
Aprovação: Lei 2.657.
Data: 21 de dezembro de 1961.
Instalação: 31 de dezembro de 1961.

 

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