FUNAAD - Manaíra - PB

Fundação Antônio Antas Diniz

Cultura, Educação, Ética, Fraternidade, História, Ação Social

 
Raízes indígenas
MANAÍRA
O Nome
A Lenda
O Romance
A Poesia

Coriolano

de Medeiros

 

MANAÍRA e Coriolano de Medieros

 

 

JOÃO RODRIGUES

 CORIOLANO DE MEDEIROS

Justo, mais que Justo, é evidenciar a pessoa de Coriolano de Medeiros. Até este trabalho, foi, acredito, um ilustre desconhecido dos manairenses. Ele faz parte de nossa cultura muito mais do que possamos imaginar. Dela faz parte e de nossa História.

Em 1911 já havia realizado estudos sobre Alagoa Nova (Manaíra), publicando em 1914 em seu primeiro Diccionário Chorográphyco.

 

Ao adentrar na literatura memorialista de Coriolano de Medeiros, nos vemos diante do desafio de pensar o entrelaçamento entre cotidiano e história.

Suas narrativas foram contextualizadas de modo a problematizar seu lugar de fala e o olhar depreciativo em relação às culturas populares.

Para tentar focalizar o aspecto da construção social da memória, opto por enfatizar as relações entre os sujeitos e as coisas lembradas. É com este olhar que examino a literatura memorialista de Coriolano de Medeiros. Procuro, a partir da contextualização do seu lugar de fala, problematizar a substância social de suas memórias e mostrar como suas narrativas se inserem no quadro ideológico das elites paraibanas[1].

Conforme assinala Eclea Bosi, “exilar a memória no passado é deixar de entendê-la como força viva do presente”. Pois, “na maior parte das vezes lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado” (BOSI, 1987, p.11).

Nascido aos trinta dias do mês de novembro de 1875, no Sítio Várzea das Ovelhas, localizado nas margens do Riacho do Cipó, em território de Patos, hoje desmembrado para Santa Terezinha, e filho do casal Aquilino Coriolano de Medeiros e Joana Maria da Conceição.

De sua mãe, ainda menino, Coriolano de Medeiros ouviu as mais belas e fascinantes histórias, lendas e fatos do Sertão paraibano, que lhe despertaram a vontade de conhecer a região onde nascera. Em 1888, ainda adolescente, visitou a Vila de Patos, oportunidade em que observou e colheu as primeiras impressões, que mais tarde seriam reveladas em seus livros.

Pesquisador incansável da história e das tradições sertanejas, em 1914, através da Imprensa Oficial Estadual, Coriolano de Medeiros lançou a primeira edição do seu “Diccionário Chorográphico do Estado da Paraíba”, uma das maiores fontes de pesquisa sobre a terra tabajara, e que teve uma segunda tiragem em 1950, patrocinada pelo Ministério da Educação.

Sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (1905), do Centro Literário Paraibano, Instituto de Proteção e Assistência a Infância (1912), Associação de Homens de Letras, da Universidade Federal da Paraíba e Academia Paraibana de Letras (onde ocupou a cadeira nº 7 e foi o seu primeiro presidente). Também foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e de Sergipe, Centro Polimático de Natal, Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano e do Centro de Ciências e Letras de Campinas - SP. Em meio às inúmeras publicações podemos destacar: “Do Litoral ao Sertão” (1917); “Resenha História da Escola de Aprendizes Artífices do Estado da Paraíba do Norte” (1922); “Maestros Que Se Foram” (1925); “O Barracão” (1930); “Manaira - nas Trilhas da Conquista do Sertão” (1936); “A Evolução Social e Histórica de Patos” (1938); “O Tambiá da Minha Infância” (1942); “Sampaio” (1958).

Coriolano de Medeiros faleceu no dia 25 de abril de 1974, aos 98 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Sertão, 232, Bairro do Cordão Encarnado, em João Pessoa.
 


[1] José Jorge de Carvalho (2006). A etnografia e a voz subalterna.

 

HomeFundaçãoMuseuParahybaManaíraFotos
Direitos Reservados. ©: Valdeny Antas Diniz